quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Projeto Caminhos do Rio - Igreja de N.S. da Lapa dos Mercadores

Nossa primeira parada foi na Igreja de N. S. da Lapa dos Mercadores.

Em 1743, vários comerciantes e moradores da Rua do Ouvidor, no trecho denominado "da Cruz", ergueram um oratório dedicado à N.S. da Lapa. Os comerciantes da Rua da Cruz e arredores reuniram-se, em 1747, para decidir a formação de uma irmandade e a consequente edificação de um templo em honra à N.S. da Lapa que seria chamada de N.S. da Lapa dos Mercadores. Sua construção foi inaugurada em 1750, e entre 1753 a 1755 concluíram-se totalmente os trabalhos. Porém, a decoração interna só foi concluída em 1766. No período de 1862 a 1872, sofreu remodelação, preservando pouco de sua versão original. 




A fachada assumiu um estilo neoclássico, com a abertura dos três arcos e a fixação de um frontão triangular, tendo por trás a torre sinaleira centralizada. O átrio é fechado com grandes grades de ferro. O belíssimo medalhão de mármore de Lióz do Séc. XVIII, com a imagem da coroação da Virgem encontra-se bem visível abaixo da torre, sobre a janela do côro. Duas esculturas em vulto redondo de santos em mármore de Lióz, feitas em Portugal, foram colocadas em nichos na fachada. Uma terceira representando a religião foi colocada na torre.



 A planta da Igreja é uma combinação do oval da nave, coberta por cúpula e lanterna, com forma a retangular tradicional da capela-mor. A sua concepção arquitetônica com espaço curvilíneo assemelha-se à da Igreja N.S. da Glória do Outeiro. A decoração interior é muito colorida como era de gosto da classe comercial, com as talhas de madeira se confundindo com o estuque. Detalhes que a torna única entre as igrejas do Rio. A obra da talha interna foi executada por Mestre Antônio de Pádua e Castro, e o trabalho em estuque são de Antônio Alves Meira. O interior é um Barroco tardio, e no arco cruzeiro, permanecem detalhes da decoração anterior, em estilo Rococó. O teto da capela-mor apresenta pinturas nas quatro paredes com histórias da Virgem.



Quando estourou a Revolta Armada brasileira, em 06 de setembro de 1833, um tiro disparado pelo encouraçado Aquidabã atingiu a torre sinaleira do templo, derrubando a estátua da Religião, que apesar da queda de mais de vinte e cinco metros, sofreu poucos danos, sendo o fato considerado milagroso. Tanto a estátua quanto a bala encontram-se hoje na sacristia. 



Na torre, por sua vez, foi instalado o primeiro carrilhão da cidade, anterior ao da Igreja São José. 

Um comentário: